quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Um revolucionário na fotografia de moda



Suas fotos traziam uma assinatura que se tornou clássica graças à elegância e ao minimalismo. E, no mundo da moda, poucos eram reverenciados por um trabalho considerado irrepreensível. O americano Irving Penn sempre foi considerado um nome mítico da fotografia, cuja obra influenciou várias gerações. Aos 92 anos, ele morreu ontem, em Nova York, de causa não divulgada.
Penn, que sempre explorou a arte da fotografia e seus desafios, gostava de isolar seus modelos, tirando-os de seu ambiente natural para registrar as imagens em estúdio, utilizando um fundo artificial. Era ali, ele acreditava, que se poderia capturar a verdadeira alma do sujeito, fosse um modelo de moda, fosse um membro de uma tribo aborígene.
Seu segredo estava em enfrentar desafios, como contestar o tradicional conceito de beleza ao buscar detalhes em objetos nem sempre considerados, como restos de cigarros, frutas podres ou roupa velha. "Fotografar um bolo pode ser arte", disse, em 1953, quando abriu um estúdio no qual produzia fotos para galerias até há poucos anos. Penn iniciou sua carreira na década de 1940 como fotógrafo de moda para a revista Vogue. Lá, desenvolveu seu austero estilo de colocar as modelos e os acessórios de moda diante de um fundo simples. A idéia era revolucionária em uma época em que muitos fotógrafos só trabalhavam em complicados cenários, recheados de objetos.
A técnica para conseguir imagens expressivas, explicava, consistia em fotografar o modelo incansavelmente, muitas vezes durante horas, até que ele fosse forçado a baixar a guarda.

Nenhum comentário: