
Artista cerebral e meticuloso, Henri Matisse seguia a risca a rotina. Acordava cedo e passava a manhã toda no ateliê. Para ele, uma boa obra de arte era aquela capaz de transmitir equilíbrio e serenidade às pessoas. Serviria como uma espécie de refúgio à mente dos observadores. A princípio o apego às regras e a busca por um estado de calma não combinam muito com as cores nervosas e as cenas repletas de detalhes associadas imediatamente ao pintor francês. Mas insistir em olhar o seu trabalho dessa forma significa manter-se sobre a superfície da sua arte. Há silêncio por trás das padronagens chamativas de seus quadros. Há, também, muito esforço e menos intuição, ao contrário do que se pode pensar diante de composições tão explosivas. Você pode perceber tudo isso na mostra Matisse Hoje, a primeira exposição individual do artista no país, apresentada na Pinacoteca do Estado de São Paulo.
A mostra reúne cerca de 80 obras, entre elas 12 fotografias de Henri em seu ateliê, tiradas por nomes como Cartier-Bresson e Man Ray, e um filme captado por Francois Campaux entre 1945 e 1946 – em que o artista aparece desenhado, em câmera lenta. O filme, traz ainda, relatos engraçados da então amiga de Henri, que tornou-se freira, anos depois de conhecê-lo. A polêmica gira em torno das especulações, levantadas por jornais da época, que garantiam que Matisse foi apaixonado por ela. Antes ou depois da exposição, faça uma parada, no Café da Pinacoteca. Com mesinhas ao ar livre, dentro do jardim da Luz, você é até capaz de esquecer-se do trânsito caótico dos arredores e entrar no clima bucólico do lugar. O cardápio oferece refeições rápidas com nomes de artistas, como Picasso e Van Gogh.
Serviço:Matisse Hoje. Pinacoteca do Estado de São Paulo (praça da Luz, 2, Luz, São Paulo, SP, tel. 0++/11/3324-1000). De 5/9 a 1º/11. De 3ª a dom., das 10h às 18h. R$ 6. Grátis aos sábados.
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